sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Estudos atrapalhados

Um dia, estudar numa faculdade pareceu uma possibilidade remota pra mim. Quando você está no colégio, você chega a considerar "Só quando eu estiver na faculdade vou fazer isso", "Quando eu estiver na faculdade não vou precisar usar uniforme", "Quando eu entrar na faculdade vou estudar o que eu sempre quis" etc.
Ignoramos qualquer pedra no caminho, sonhamos alto com a possibilidade de que teremos o emprego que nos sustentará e nos garantirá felicidade - financeira, pra ser mais exata.
O tempo passa sem cerimônia, e quando chegamos ao último ano do colégio, mergulhamos de cabeça num desespero angustiante, onde tudo aquilo que você sonhou, imaginou e considerou se transforma na média mínima para passar. Passar adiante, passar pra realidade.
Se você não passa, você sente que tudo está perdido, você se sente muito burro - essa é a verdade. Como eu não passei de primeira, e os vestibulares acontecem apenas uma vez ao ano, eu tive que esperar o próximo ano.
O ano sem colégio fez com que eu estudasse descontroladamente, e priorizasse meus conhecimentos e interesses. Nessa hora eu me dei conta do velho ditado patriota "Brasileiros não desistem nunca", ou seja, "Aqui não tem muita oportunidade, então estude mais do que o necessário, otário!"
Sim, eu consegui entrar na faculdade, numa faculdade particular, como bolsista integral, esculachando (rá). Considerei tudo o que eu tinha imaginado de novo, depositei minhas esperanças nos quatro anos que se seguiriam, me livrei de medos e comodismos para minha mudança e jornada pessoal...
Aí eu comecei a frequentar a faculdade - frequentar foi bem diferente do que eu tinha imaginado.
No primeiro período eu realmente me dediquei. No segundo período, eu ainda levava a sério. No terceiro período eu quis me suicidar, mas tinha esperanças de que o quarto seria bom. Agora estou no quarto período e estou me sentindo vazia, sem tempo, sem esperanças... Não consigo ler meus livros, assistir filmes, ler o jornal...
O que aconteceu?
A tendência é piorar quando eu começar a trabalhar de fato? O que vai acontecer? HÃ?!!?
Me livrei de medos mas adquiri novos, me livrei de comodismos mas adquiri novos, me perdi no meio do caminho!
Chega uma hora em que tudo se torna tão pessoal que você fica sem vontade de continuar, mas aí você lembra que encontrou pessoas com quem pode contar, crescer e ajudar a tirar umas pedras do caminho.
A faculdade atrapalha meus estudos. Mas tornou a minha vida uma reflexão inadiável.




quinta-feira, 8 de abril de 2010

Chuva 2010, eu fui !! (a culpada ??)

Tudo começou com uma promessa : " Eu não vou faltar aula mais, eu juro !! " e em seguida uma ameaça: " Vai chover !! ".
Tudo bem, ninguém esperava uma calamidade pública, privada, alagada ...
Acordei às 6 h do dia 6 de abril, como de costume, comi meus 6 bombons (Só pra deixar umas mensagens subliminares), ouvi o barulho intimidador da chuva e do vento chacoalhando as janelas, arrepiando meu corpo quente recém saído do edredon e comecei o processo rumo a facul na Lagoa. Depois do banho quente, um mp3 ligado na rádio, um casaquinho e mochila permeável (entra água mesmo) fui me aventurar na rua que assim que saí notei um certo caminho deserto e molhadinho, mas prossegui. A moça na rádio dizia [lê - se com desespero e nervosismo]: " Não saiam de casa !!! Não saiam !! Quase que eu não chego aqui !". Julguei -a dramática, afinal o que uma chuvinha de nada, atrasada, nem Março é mais (!), poderia causar ? Durante o trajeto pude observar algumas pessoas voltando, nem liguei as àguas ao Rio, quer dizer, uma coisa à outra. Molhada, ou melhor, BEM molhada cheguei no ponto de ônibus onde ouvi o decreto da mesma senhora calma e sutil da rádio: "O Prefeito Eduardo Paes pede pra que ninguém saia da casa !!", bom, e se o Dudu disse, eu acredito !! Dei meia volta, quase me afoguei na poça criada pelo meu corpo molhado, encontrei vizinhos me perguntando o que fazer e eu só respondia: " Eduardo Paes mandou ficar em casa !", nunca havia reproduzido algum decreto de algum governante de forma tão convicta e no melhor estilo "papagaio de pirata" convenci algumas pessoas a voltar pra humilde residência.
Voltei pra casa nadando, ousei fazer sinal pra um barco - bus mas já tava alagado também. Descobri que o melhor foi ter voltado mesmo, mas perdi os pedalinhos desgovernados circulando na Epitácio, os surfistas descolados nos bolsões da zona sul e muitas horas divertidas dentro de um ônibus cheio de lazer para oferecer.
Me perguntei se a culpa seria dos 6 bombons que eu comi ou da massa de ar quente que se encontra com a massa de ar frio que vem do oceano e forma nuvens cumullus (aprendi ontem no 1 contra 100). Prefiro acreditar que foram os 6 bombons, sou muito supersticiosa.


Aline Alli